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Polêmica! Padre Marcelo Rossi faz apelo: “nunca vote em um religioso”

padre

No momento que conversamos com o Padre Marcelo Rossi por telefone, seu nome era um dos mais comentados no Twitter. O motivo? Sua aparência. Há pouco mais de um ano, o religioso perdeu, de forma repentina, mais de 30 kg, mas há quem ainda leve um susto ao ver como a mudança não corresponde nada à lembrança do padre disposto e carismático do início dos anos 2000.

Sem rodeios, Padre Marcelo falou abertamente ao Terra sobre o que estava por trás da transformação: uma depressão silenciosa, agravada por uma dieta que consistia em apenas folhas de alface, cebolas e três hambúrgueres por dia. “Eu sofri tudo calado, mas nunca deixei de celebrar uma missa”, lembra. A aparência se tornou uma espécia de fardo para o padre, que não sabe dizer ao certo quem o cobrava pelo sobrepeso e, em seguida, pela magreza excessiva. “Dizem que os fiéis comentam sobre meu peso. Mas eu tô ótimo.”

A prova, segundo ele, são os 12 km que ele corre todos os dias na esteira. Exceto pela noite anterior à nossa entrevista, quando ficou frustrado com o debate entre os presidenciáveis, exibido na quinta-feira (16) pelo SBT. “Foi horrível. Eu queria saber sobre educação, saúde e projetos. Não queria saber de brigas”, desabafou, deixando espaço para expor a sua opinião política a respeito de outro tema pertinente às eleições deste ano.

Terra – Nessas eleições vimos muito do embate entre evangélicos ou cristãos defendendo certas posições mais conservadoras. Tivemos até um pastor como candidato à presidência da República. O que o senhor acha disso?

Padre Marcelo Rossi – Eu sou totalmente contra, seja padre ou pastor. Está errado. Ou você é um líder religioso, ou você é um líder político. Pode colocar minhas palavras: “Nunca vote em nenhuma pessoa religiosa”. A Igreja Católica viveu isso, a união de Estado, política e religião. Foi a pior fase. Pode ver que a Igreja Católica é a única que não tem candidato. Ela pode até dizer que gosta, mas nunca indica. Eu tenho medo. A pior coisa é fanático. Fuja dessas pessoas, que são as mais perigosas e as que se corrompem mais facilmente.

Afinal, Padre, como o senhor conseguiu se desvencilhar da crise de depressão sofrida no ano passado?

Eu não fiz uso nenhuma vez de antidepressivo. Eu consegui, é possível. Eu acho isso legal. Eu dizia para as pessoas que depressão era frescura, mas serviu para calar a minha boca. Ela não escolhe idade nem classe social. Eu tive que passar por isso para ajudar outras pessoas.

Quais foram as mudanças na sua vida desde então?

Foram seis meses. Eu terminei saindo mesmo dessa depressão com uma matéria no Fantástico, quando eu estava pesando quase 60 kg. Para um ex-atleta como eu, é complicado. Eu voltei para o meu peso de 80 kg e pouco. Mas eu não tô com fobia de peso. Eu tô me alimentando bem, eu faço 12 km por dia diariamente, pelo menos, na esteira. Não dá pra correr na rua, porque não deixam.

Como você percebeu que havia tomado uma decisão equivocada com essa dieta?

O meu problema foi que quis fazer minha dieta à parte. A gente pensa que sabe, porque trabalhei com isso. Tudo que é rápido, tem suas consequências. Foi bom, porque se eu não passasse por isso, não iria reconhecer o que é depressão. Não vejo nada negativo. Não tenho nada contra, mas saí sem remédio. Se tivesse buscado um profissional do jeito que eu tava, ele teria me dado antidepressivo. E aí estaria tomando até agora.

De onde vinha essa cobrança em relação à sua aparência?

Dizem que os fiéis comentam sobre meu peso. Eu tô ótimo, isso ficou no passado. Não dá para me comparar com cinco anos atrás. Eu falo “mãe, eu tô ótimo, eu não vou ficar gordo ou ficar puxando ferro”, e alguém que corre 12 km todos os dias tem que estar bem.

O senhor acha que a fama pode ter sido um dos agravantes dessa depressão?

A fama pode ser um dos fatores. Mas a sociedade faz isso. Você tem celular? Usa internet? Na hora de dormir, você colocar o despertador? Olha o celular antes de dormir? Na hora de almoçar ou jantar, você leva o celular? Então você pode ter uma depressão. As coisas passam muito rápido. As pessoas não se dão conta.

Receber pedidos de ajuda de pessoas com os mesmos problemas pode ter feito do senhor uma espécie de catalisador?

Eu recebo muitos desabafos, que têm a ver com ansiedade, que levam à depressão. E eu vivi isso. Acaba te fazendo mal.

O início dos anos 2000 marcou o auge da sua exposição da mídia. O que mudou desde então?

Eu continuo na mesma mídia, o que mudou foi que as pessoas achavam que eu era fogo de palha. Recentemente, saiu uma matéria dizendo que eu havia sido investigado pelo Vaticano. Realmente teve um período que houve uma cortada, que não me deixaram chegar até o Papa. Mas esse mesmo Papa, o Bento XVI, me deu apoio. Eu só não sei qual foi o objetivo dessa matéria, se fosse em 2010 eu até entenderia.

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